A rotina oferece uma segurança em relação às inseguranças da vida, no entanto está é uma sensação falsa, já que a rotina consiste em ações repetitivas que apenas garante a manutenção do que já é, sem jamais avançar em direção alguma.
Essa repetição sem progresso drena a vontade, tornando a existência sem sentido, vazia.
Em vez de intercalar a rotina com quebras – salutares focos produtivos de energia ou ócio criativo – as pessoas procuram preencher esse vazio com significado artificial – é aí que entra a religião.
Em lugar de espiritualidade, a religião como configurada na maioria das culturas não passa de palha de enchimento para o espaço vazio deixado pela ausência de sentido causada pelo excesso de rotina.
Não devemos entregar nossas vidas à rotina. A rotina não pode ser nada além de recurso para manter as coisas nos eixos enquanto nos dedicamos a processos construtivos de crescimento, seja pessoal ou social.
Não devemos permitir que dogmas religiosos substituam a religiosidade; não devemos permitir que ideias artificiais importadas de livros e gurus substituam o processo de religamento com o Numinoso, com o Eu Superior/Interior.